SOU CULPADO.
Auto-
sentença INAPELÁVEL,
ABSOLUTA
e portátil.
HOJE EU SOU PENA e
me a arrasto
marrasto
na rua, na cama
(pena pesada)
Ou homem,
sou cárcere. Matado.
Me atado:
É do sentir intenso que nasce a sentença
(como muito ar no peito me soa àrrogância)?
Antecipo-me
atento:
Respondo que NÃO.Afinidades fonéticas não fazem verão.
Perdão.
* * *
Culpa Pena Homem Cárcere
sou-me estrangeiro também.
Existindo - Inxistindo
EU ME ERRO
(conceito ou juízo, me digno de nota:os refluxos afetivos são dolorosos e ardem
como as regras que toda mulher sente
e eu não)
Transpiro.
O que é completo é impaupável e existe
como é o eterno o que sempre
esteverá
aqui
foi será como ainda
é nesses minutos soltos de reflexão
é nesses minutos soltos de reflexão
(a pausa no poema, intromissão da razão)
* * *
serei era como agora
sigo mutante,
a minha metade
e te nos duplico
NUM DESAFIO A MATEMÁTICA
um desperdício
dois contransensos
vivos no retorno eterno
ou pelo Aleph borgeano
pela filosofia senil da Isabel, a vizinha
Alma não é língua
e não se traduz
e não se traduz
(não se encaixa afinal de contas num código o que é inteiro nuance)
* * *
Se fui raiva agora não estou.
O poema nasceu, não é.
Cada verso é demasiado lento
Se atrasa
como se arrastam sempre as linhas de um parágrafo
Convencional.
Falta-nos vida.
Buenos Aires, setembro de 2010
Um comentário:
poema de gente grande
parabéns de novo
sempre
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