domingo, outubro 14, 2007

A Faísca do Inexplicável

- Esse meu pedantismo me faz achar que, pelo jeito, na noite o quem só prestou fui eu, posto que ao menos o meu nariz aparece em todas essas fotos, ao contrário de todos. O seu, o pedantimo, mas também o nariz, mais mal humorado, arrebitadinho pra Lua, vai concluir que eu sou um babaca.

- Exato.

- Porque é essa a nossa diferença. Enquanto eu me divirto, você se emputece. Eu rio da sobremesa gelada, você faz de tudo pra engolir, conseguir. E vai tentar mandar o já clássico "Eu não estou puta!", porque o seu tipinho é previsível também, mas nunca basta, não é suficiente pra mim, mais a você. O nosso filho seria um zen-budista em Nova Iorque. Ou um novaiorquino no Tibet. Uma santa.

- Nessa hora eu faço a Cama de Casal, parto pro abraço. Mas, antes, o meu tipinho não me permite pedir desculpas, não e nem cogita, e essa parte eu sei que você adora. Me ajuda a abrir esse botão, tá aqui preso. Ó.

- Ò. É nessa hora em que os cientistas e os seus companheiros chatos percebem que a vida é pior ainda, é uma merda. Que conhecer todos aqueles pontinhos correndo vesgos no seu sangue, que o volume deles liberado e dissolvido, explodindo e liberando alguma ina qualquer, adianta só e tanto quanto o cigarro, que se você parar pra pensar não completa nenhum vazio. É um placebo tragável. É claro que o cara vai querer dar um banho no ganso e ceder. Eu cedi. É a faísca do inexplicável, eu vou publicar isso, e vou te comer agora, agorinha.

- Quando?

- Daqui a pouco, agüenta as pontas, pede uma cerveja aí.