domingo, agosto 19, 2007

Sem mérito, imperfeito

Senso de atriz, olhos vís, nada em vão, chorava lágrimas por si contratadas onde, quando e se queria, se calhasse, de bobeira. O sentimento é relativo, sua materialização é um processo longo, trás ruído em seu caminho, distorce, torce, inverte até, esse é o seu argumento, sua cura e o teu lamento. Dona de atuação febril, cria no que criava, convencia, e se não sabia o que sentia, o que sentisse e o que sentir, se levava, fluía-se. Fodia-se então fodam-se, tudo era a si questão só de momento.

Na enchente, minha gente, vêm os outros. Arrastava o que e quem fosse, era a mestra dos bonecos, "Mexam-se, ao meu comando. Durmam. Fumem. Agora dancem!". E os fantoches rebolavam, sorriam sem mexer duras suas bocas ocas de madeira, se enganavam, engendrados, contrafalavam, desdiziam. Até o dia em que quebraram. Se.

Seus comandos se perdiam, vento ecoando em plano alto, cor sem cor na dor de Brasilia. Era já dia e acordou sozinha, eram ela e a dorzinha, aguda, certeira, dor de culpa, odor de chuva, capa de culpa sujimunda de chuva. O empurra-pança, jogo jocoso entre costume e barriga, fluiu sem dor até esse dia, e foi um balde d'água vazia quando se viu sem companhia.

Tanto fazia?
Engolia.