segunda-feira, julho 02, 2007

O Bordel do Poeta

Tava com aquela cara de porta quando abriu o espelho e entrou na sala.
fundos.

Eram seis exclamações magrelas
pulando putas e pretas num canto,
final do corredor.

Sobre o palco,
parco, porco e alto,
sinuosa e só de calcinha
rebolava uma interrogação
e bem torta,
da esquerda à direita
e ao meio,
quase. Quase tocando o chão. Onde,
só,
dormia uma moedinha esquecida
por uma reticência incompleta.

Suas duas irmãs faiscavam redondas
Três Marias pelo basculante,
Sujeitas oblíquas,
pontos de inveja
barrigas brilhando.

Abriu seu reflexo entrou no banheiro
olhou para a porta e as viu,
em cima dos olhos:
Duas vírgulas dispensáveis,
sob a forma de parênteses.

Fechou o contexto e as raspou,
tornou-as colchetes.

Torneira ligada,
água
verbo
barulho
Um redemoínho formou-se
e os travessõezinhos de pêlo
à pia escorreram,
e correram,
chegaram,
arfaram,
morreram,
entraram no ponto
e ponto!

Saíram pelo cano.