segunda-feira, dezembro 31, 2007

......................................... . .... . .. ... .. .. .... . . . . . . . . . . . . . Rio, 1º de janeiro de 2009



Clóvis, meu amor,


Passando os olhos assim, de leve, ao léu, como já diria a tua avó, ou a minha, ou a da vaca da Claudia, sei lá, eu concluo que 2008, se melhor, desandava e ficava que nem essa rabanada da tia, fria, magra, e que de tão caída, e murcha, e amarela, tá me lembrando você, o primo, e o teu rabo, desculpa.

Obrigado pelo carnaval incensado na Rua Alice e pelos elogios soprados na minha formatura; te agradeço também pelo Prestígio gostoso da última Páscoa e pela acolhida nas férias de julho, depois daquela briga pavorenta com o Julio, graças à piranha da Claudia, que mordeu e picotou todas as minhas roupas depois que ela mesma decidiu me peitar, e tacou carteira e tudo mais no aquário sujismundo da sala.

Aproveito e peço desculpas pela discussão pré-eleições, mas eu continuo insistindo pra você enfiar essa porra do Aécio no cu, ir pro Ratinho, pedir um DNA, ficar todo cagado de rico e me pagar aquela aposta que você perdeu, quando o Curingão caiu pra terceira junto com o teu Madureira.

Setembro poderia ter sido melhor, eu concordo contigo, mas que há de se fazer se a Claudia preferiu tomar aquele ônibus torto e me deixar pra sempre?

Hoje eu tô aqui, mais rijo que a rabanada, te vendo duro nesse caixotão de madeira, de lei, deitado de rei, mas fora da lei, eu sei, eu sei, eu me precipitei, mas que a porra da arma e do tiro que eu dei, por Deus, não te façam esquecer que se eu te fiz de refém foi também, mas não só, por culpa da monstra da Claudia, que voltou com o tarado do primo e aquele par de gêmeos bobos no umbigo.

Claudinha tá aqui, do meu lado, e eu acho que ela até te mandaria um beijo, não tivesse com essa mordaça amarela, feita com as pregas daquela tua calça meio persa, moderna, ou vice-versa, sei não. Ainda não decidi o que eu faço com ela, mas te conto logo mais no outro mundo, quando ela sim decidir enfim apertar esse gatilho e confirmar tudo o que eu desconfi/

sábado, dezembro 29, 2007

Catete, cacete

Acordou atônito, ficou logo lacônico e mandou um hidropônico em formato cônico pra ver se espantava aquela muléstia bastarda. A noite de ontem e a manhã de hoje – nessas horas ela é tão mais ontem – apareciam na cara amassada daquele bronco botocudo revelado no espelho, amarrotado, olhos rasgados, semi-fechados.

Tu-tu, tu-tu na cabeceira e chega a hora de tentar entender o porquê do peso que se sente, e se sente, em ficar blá em casa, em só não fazer nada, enquanto o Rio, la playa, é suor, papo e praia, o um decote bem feito escondendo um bom peito. Y el ritmo, el flujo a inflamarlos, es culpa del ritmo...! Ele acordou e as horas já estavam no segundo quarto do segundo relógio, na parede à direita, madeira e cristal, badulaques barrocos, gosto duvidoso, ainda charmoso.

Gruta do 201. Face sul bem safado. Mais um convite à culpa extenso, à balbúrdia, à preguiça.

Doze voltas completas a mais e, hora de dormir. Melhor aproveitar, dar uma deitada.