quinta-feira, outubro 12, 2006

Fá-bula S.

boa noite,

estou deveras (serei claro e direto): sabes bem.
o ponto é que escrevi uma Letra.

se agora, que eu tô comotô, ela já tá com aquela cara de absurdo; amanhã, sóbrio, o nome será Incompreensível.
a coisa é que, nesse estado, eu acho que consigo iluminar os conteúdos

s.m. /s.f. / subst. próprio .

antes de qualquer coisa; metricamente ela tá direitinha.
dito disso - hora de esmiuçar a senhora Rima dos Menudos:

.

- quatro primeiros versos metalinguísticos. o passo-a-passo para se fazer-se letra em música.
- dois próximos: anunciam a chegada da historinha didática inventada.

(intervalo. instrumentos)

- quatro-primeiros-segundos já entregam a estrutura padrón do texto cabrón: verbos, citação, clímax e, por fim, personificação.
- quatro seguintes misturam tempo presente e tempo psicológico. no quinto o Sujeito assina.

- quatro últimos - metalinguagem se explica no refrão: a farsa lírica é a metonímia do determinismo.

.

você está preparado. leia com a bula:


Fábula
lápis, riso e cara maquiada, assim se faz

o circo da escrita é outra farsa
quer saber se dói cospir em letras, tenta ouvir
a história do pequeno Jaboti.

atenção: o ré menor é a pista
sente-se e comece a anotar!

.: instrumentos:.

não se esconde nem olha pra trás, pra perceber
deixou o amor embaixo da escada.
porque a cor de cruz da madrugada é mais pra lá
porque a sua luz é cor de lágrima

fogão frio acende, esquenta e morre.
e a palavra esquece de falar.
a vaidade começa a pensar
,segura, toma, aceita logo o chá!
menina.

-
ah, e o verbo sai
kilos a mais
é Dia dos Pais
é aniversário.
-


note só que coisa calamitosa.
inefável, inefável...