quinta-feira, setembro 07, 2006

Play something familiar, Billy Liar

Se com cada se mostra um tanto e sortudo é o que já viu o todo, pra si era pau de gorducho - mistério escondido em barriga. O tanto que era com cada lhe era tão nada, mas tão nada-nada, que a si sempre se perguntava: "Ei, porra. Sou Sartre à Sganzerla. Que sou? Nem Hamlet, nem merda".

O problemão da falta de tenência veio quando, um dia, o tanto que era com cada vazou entre cada um dos cadas, o que fez ninguém entender nada e cobrar-lhe mínima coerência. "Ooooras", queria pensar, "Se linha eu perco até Tilibra, se falta mesmo aqui na escrita, bolas, querê-lo além pose é exagero. Tortura, não mais é que vírgula*".

E se de novo confundia, vê só. O culto ao culto bonitinho ainda era de gosto - lia, ouvia e escrevia, tudo isso mais menos que mais, aliás. Faltava, e isso ele achava, saber o pra quem e o pra quê, além do por ser ou querer - dos quais desistira há um tempo. De novo, coitado, nessa ainda mais se fundia porque, se burro ou no charminho à quinta, era ambos e em nenhum sucedia.

Fazer-se o burrón era bom, nem negava. De noite era só dos magrelos; adorava e dançava o seu charme indiscreto porque só sorrir a libido forçada forçava e bastava: gostavam, fingiam-lhe apreço. Já o prêmio da tal falsariagem só ia aquém do carinho no ego, já que ele tinha que ser limitado, quisesse embriago, punheta ou sucesso. Assim se nutria o embargo.

O mito imitado em Lua era vago - logo ele seria careca e sabia. Sem pêlo acabava a estima, que nada mais era além ode ao status. E lá do outro lado do fio esticado, a usura era já quase adulta: cobravam-lhe os juros do afastamento e o desprezo ao murmúrio era quase consenso. O preço da contradição então era o não.

Personalidade era a roupa da festa, vestida de acordo com o traje pedido e, oh!, sabia que estava perdido. Esqueceu paciência nos copos e corpos: um dia ele desistiria; em fumaça se fantasiaria. Sorria.

segunda-feira, setembro 04, 2006

These impressions of Earth

Todos juntos cantando bem quietinhos, vamos lá.


É na e no Sol de manhãzinha,
também nos de de tardezinha.
É quando toca a musiquinha
e aqui na vista da baía.
É no papel feito em bolinha,
ou no em volta à companhia.
É no livrinho comunista
ou no retrato do artista.
E no pedido egoísta
e na explicação sofista.
A pena pena a escrita
e faz de novo a vez da vida.
Até lá, que a gente insista.


Um dia vira conversa.